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ARQUITETURA COMERCIAL

Ateliê Santo Barro

Ateliê Santo Barro

ÁREA CONSTRUÍDA

78 m²

LOCAL

Ribeirão Preto SP

ANO

2022

ARQUITETA

Maísa Jordão

A expansão do Ateliê Santo Barro, tinha como programa inicial a criação de um novo espaço para a sala de esmaltação e o local dos fornos do ateliê. O espaço a ser projetado, deveria ser um espaço flexível, que permitisse diferentes tipos de apropriação do espaço ao longo do tempo, de acordo com as necessidades do ateliê e que de alguma forma trouxesse um diálogo com o espaço já existente, pensando uma interligação e um percurso fluido entre os dois espaços.

 

O espaço projetado, foi desenhado com uma planta livre, que abrigasse o espaço da esmaltação, mas que pudesse abrir espaço para novos layouts, em eventuais workshops ou mesmo aulas oferecidas pelo ateliê. Esse novo espaço deveria permitir tanto uma integração total com o ateliê existente, quanto uma separação dos ambientes quando necessário.

Para dar início no diálogo com o ateliê existente, analisamos os dois aspectos que mais chamam atenção no espaço inicial do ateliê - o piso e a cobertura - e nos apropriamos desses elementos para ressignificá-los no novo espaço. O ateliê existente foi construído em estrutura de madeira, com o telhado de duas águas suportado por tesouras em madeira, paredes em madeira e piso em cimento queimado. O novo espaço incorporou elementos que fizessem conexão com o espaço anterior, como o piso em cimento queimado, mantendo a mesma aparência em todo o ateliê, e na cobertura trouxemos uma releitura das tesouras em madeira, com apenas uma água que suporta a telha termoacústica forro e que abre espaço para um pé direito generoso, que amplia a iluminação do ateliê e acolhe o principal elemento do projeto, a jabuticabeira.

O projeto foi pensado de forma a causar o menor impacto no ambiente em que seria inserido. Para isso, adaptamos o projeto à jabuticabeira - que foi mantida em seu local original do terreno - e também fizemos adaptações para que fossem reaproveitados itens existentes durante a construção do novo espaço - como portas e janelas retiradas das paredes que interligam os dois espaços - e também o mobiliário existente.

A distribuição final dos espaços e das atividades no novo conjunto do ateliê, foi organizada seguindo a lógica do processo de produção da cerâmica: o ateliê existente ficou com as aulas - torno e modelagem - sendo o processo inicial da cerâmica; e a expansão com a sala de esmaltação - com um local de armazenagem das peças, o espaço para a esmaltação e o espaço para o café - e com a sala dos fornos, que abrigou os fornos a gás e elétrico, responsáveis pela última etapa de produção das peças.

 

Na sala de esmaltação, a jabuticabeira cria uma atmosfera de imersão no espaço, diluindo a diferença entre o ambiente interno e externo e trazendo um aconchego e acolhimento para o espaço. Esse espaço tem uma dualidade de usos, em uso durante as aulas se transforma em um espaço introspectivo e calmo para fazer a esmaltação e acabamento final das peças e durante o intervalo da aula se torna um espaço de encontro e trocas no ateliê ao redor da mesa redonda.

 

A organização do ateliê através dos três espaços distintos permitiu uma fluidez no processo de produção e um diálogo harmonioso entre as partes do ateliê e da cerâmica artesanal.